Preciso confessar algo: na maior parte do meu tempo, minhas atitudes, pensamentos, temores e planos demonstram que eu simplesmente não confio em Deus como deveria confiar. E creio que com você aconteça da mesma forma. Simples assim.
Demonstro que realmente não confio em Deus porque tenho tentado agradar a homens e não a Ele. Como diz o provérbio 29:25: “Quem teme ao homem arma cilada para si”. E regularmente nos colocamos em situações complicadas porque tememos aos homens. Esse é só um dos motivos que mostram minha falta de confiança.
Por que digo isso?
Porque não tenho confiado na suficiência do Evangelho. Não tenho confiado naquilo que a Escritura diz a respeito de como devo viver minha vida.
O que quero focar nesse texto é principalmente a forma como temos encarado o Evangelho. Muitos de nós temos aceitado o Evangelho como se ele fosse mais um acessório, como um relógio ou uma pulseira ou, para usar um termo mais atual, como se ele fosse mais um aplicativo para nossa vida, que pudesse melhorar nosso “sistema operacional”. Mas o verdadeiro Evangelho – aquele que a Escritura nos mostra – é um Evangelho que é mais importante que a comida, que a bebida ou qualquer outra coisa. Ele não é algo que torna minha vida melhor – o Evangelho me dá vida. Ele é a única coisa que é básica à vida humana, “pois nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4).
O “evangelho” está na moda, assim como uma camiseta da Hollister ou um tênis da Nike. Mas esse evangelho não é o Evangelho que salva a alma, mas um evangelho que nos faz ganhar o mundo. E isso contradiz totalmente a declaração de Jesus em Mateus 16:26.
Essa suficiência é o tema central da reforma protestante. As cinco “Solas” nos mostram a suficiência naquilo que as Escrituras declaram sobre o que realmente é a mensagem do Evangelho. E a mensagem é que Sola Scriptura é a revelação de Deus; Sola Gratia somos resgatados; Sola Fide vem essa redenção; Solo Christus podemos ser salvos e, por fim, Solo Deo Gloria – toda a glória é de Deus e não minha.
Esse Evangelho é suficiente para minha vida. A alegria que tenho vem exclusivamente dessas verdades: as verdades reveladas no Evangelho. Não vem de fatores externos. Não vem porque você tem um bom trabalho ou porque você possa ter algum destaque em qualquer esfera da sociedade. Essas coisas passam. O Evangelho nunca passará.
Não podemos depender de outra coisa para nossa vida. Não podemos buscar outras soluções para nossos problemas. Tudo isso se encontra revelado nas palavras do Evangelho, que nos revela um Deus que cuida de nós, que nos ama, que deu Sua vida em nosso favor. Um Deus que diz que teremos aflições nesse mundo, mas um Deus que está conosco todos os dias até a consumação dos séculos.
Esse é o Evangelho!
Solo Deo Gloria
É isso ai. Uma verdade de que precisamos lembrar sempre.
Gostei da sua abordagem.
Sim, Regis muitas vezes vivemos somente na teoria. Se Jesus tivesse vindo hoje do que Ele estaria circulando pelo mundo. Seria numa BMW ou num fusquinha? Estamos tão preocupados com a gente mesmo que nem percebemos porque a igreja não anda saudável. Muitas vezes não somos capazes nem mesmo de servir um simples copo de água ou nem mesmo emprestamos os nossos ouvidos ao próximo. Às vezes os nossos queridos simplesmente desejam desabafar e não temos tempo porque a nossa vida anda muito corrida. Que importa se a ocupção seja de um simples coletor de lixo ou um alto executivo; para eternidade não vai fazer diferença alguma.
Fico imaginando os discípulos que experimentaram Cristo ao vivo e a cores e, ainda assim vacilaram – Pedrão que o diga! Interessante [triste] essa capacidade que temos de nos afastar daquilo que é realmente bom…
Ainda bem que aquele que é Bom, não se afasta de nós, ainda bem que não é necessário viver nesse escuro pois Ele se revelou, ainda bem que Ele nos resgatou. Ainda bem… =D